Driblando a tentação de comprar "por ocasião"!

Comentei no último Diário da Poupança que falaria de forma mais detida sobre o que eu comumente chamo de "compras por ocasião", e o dia escolhido pra desenrolar o assunto é hoje!

Oi Cher!

Sei que a nomenclatura pode possibilitar diferentes interpretações, mas no dicionário de expressões do SOS (Eike Aurélio rsrsrs), compra por ocasião é puramente aquela compra que você faz pensando numa ocasião específica. Exemplificando: você foi convidada para uma festa bacana que irá acontecer nesse final de semana. Se você sente aquela vontade/necessidade de adquirir alguma peça de roupa/acessório/look completo pra usar no dia da festa, você está efetuando a compra motivada pela ocasião futura. Tá, mas isso é um problema? Não necessariamente, A NÃO SER QUE:

1) isso se torne uma prática, um hábito nocivo, a ponto de você pensar que só se sentirá adequada/bonita se estiver usando algo novo;

2) isso consuma uma parte considerável do seu salário, lhe causando algum tipo de prejuízo;

3) você ignore as peças que você já tem, e que podem ser usadas tranquilamente na ocasião.

Desde que tomei a decisão de mudar progressivamente meus hábitos de consumo, eu percebi que por muitas vezes gastei dinheiro com a motivação exclusiva de me adequar a determinada ocasião. Fui perceber, depois de um tempo, que eu estava enquadrada nas três hipóteses que listei acima. Esse tipo de compra se tornou um hábito corriqueiro e nocivo. Nocivo porque eu já estava condicionada a pensar que meu look só teria charme aos olhos das outras pessoas se fosse inédito (ainda mais quando há o compartilhamento de produções em redes sociais, que é o meu caso), e porque boa parte do meu salário ia embora com esse tipo de compra, afinal, por mais caseiros que sejamos, sempre pintava um aniversário, um jantar, etc e tal.

Quando tomei consciência disso, percebi que eu tinha coisas o suficiente para me vestir para as mais variadas ocasiões, e que poderia, tranquilamente, misturar peças que eu nunca cogitei misturar antes, aproveitando-as ao máximo, sem que fosse necessário gerar uma despesa.

No finalzinho do ano passado fui convidada para um casamento de um casal muito querido. Naquela época eu já estava caminhando para uma maior consciência, só não havia externalizado isso. Num primeiro impulso, desejei um vestido lindo e novo pra usar no dia. Deixei o desejo ali quietinho, até que meu lado mais consciente me fez pensar sobre a quantidade de casamentos para os quais eu normalmente sou convidada. Eles são poucos, raros, e qual a consequência de se comprar um vestido adequado a um casamento, quando se tem pouquíssimos casamentos pra ir? Isso mesmo. Ver o bonito encostado no armário. Lembrei que tinha no armário três vestidos mais arrumados, totalmente adequados à ocasião, e decidi que usaria um deles. Senti vontade de comprar algo novo até o dia da festa? Senti, mas escolhi ser forte e observar o que aconteceria na sequência. Sabem o que aconteceu? Eu aproveitei a festa, comi, me diverti, dancei, me emocionei, dentro do vestido usado. Me senti adequada e extremamente feliz por ter feito a escolha de não comprar um novo vestido que, certamente, ficaria encostado no armário até sabe Deus quando.

                     

    
Pode parecer bobo ou exagerado, mas me senti leve, como na imagem aí de cima, e não pela decisão de não comprar em si, mas pelo despertar da consciência. Por entender que padrões, até mesmo os mais profundos e corriqueiros, podem ser modificados com questionamentos e força de vontade.

O casamento passou, chegaram as festas de final de ano e a gente sabe que toda aquela atmosfera nos tenta pra que compremos. A gente pensa que o novo ano merece uma roupa nova, que nós merecemos o novo (de fato merecemos) mas eu, mais uma vez, quis quebrar o ciclo vicioso e não comprar nada pensando na ocasião em si. Me virei com o que já tinha, de um jeito novo, e nasceu o look gambiarra de ano novo:

                     

A cada ocasião passada sem gastos específicos, minha sensação de liberdade aumentava. Comentei com uma amiga que eu conhecia a alegria de comprar brusinhas, mas estava conhecendo a alegria de não comprá-las, e ela era maior. Pra quem não entende as consequências do consumo exagerado, meu texto pode soar exagerado, mas eu não minto quando digo que ao conseguir resistir a uma compra nova e sentia um bolo de sentimentos positivos que superavam em muito a satisfação de comprar.

Superadas as festas de final de ano, pouco tempo depois recebi o convite pra curtir os shows do Festival de Verão no Hot Planet, e mais uma vez, me senti tentada a comprar roupas pensando na ocasião. Pensei que não tinha em casa peças específicas ou adequadas ao evento, porém, insisti no desafio que a minha consciência me propunha e encarei os dias de festa com peças de roupa que eu já tinha. Não comprei absolutamente nada e o resultado foi a composição dos looks aí embaixo:

                          

                           

                        

                        

Nada novo, tudo repetido. Me senti menos adequeada/estilosa/arrumada? De forma alguma.

Eu decidi falar sobre isso já que eu identifiquei esse comportamento nocivo em mim, e por pensar que, pelo que já ouvi, ele é mais comum do que pensamos.

Sempre gosto de frisar em todos os posts do gênero que o intuito não é condenar as compras ou o que te traz alegria. Você pode e deve usar seu dinheiro da forma que mais lhe convém, só observe com atenção se existem padrões nocivos por trás dos gastos, das escolhas, das atitudes. Compre por ocasião quando quiser, quando achar pertinente, conveniente, só não compre motivada por uma falsa necessidade, seja ela de qualquer gênero.

Esse era um padrão nocivo meu, o seu pode ser outro. Trabalhe pra identificá-lo. Se o seu for o mesmo que o meu, sinta-se abraçada, não se culpe, saiba que você não está sozinha e que você tem plenas condições de mudar as atitudes que não são positivas em essência. Eu te entendo, não te julgo, e to contigo na mudança se ela for a sua vontade  <3

Beijos

** Fonte das Imagens: Google **


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